Dia Mundial do Doador de Sangue: impacto e participação na vida de quem precisa

Doar sangue é um gesto simples que salva vidas todos os dias

O dia 14 de junho, Dia Mundial do Doador de Sangue, é uma data para reforçar a importância de um ato essencial para a vida de milhares de pessoas: a doação de sangue. De acordo com a hematologista Dra. Marcela Carneiro, doar sangue é mais do que um gesto solidário, é um pilar que sustenta o sistema de saúde.

“O sangue é insubstituível e não pode ser fabricado. Ele é necessário diariamente em emergências, cirurgias e tratamentos de doenças crônicas e oncológicas. Mesmo quem nunca precisou pode um dia depender de uma transfusão. Doar é uma forma de cuidado coletivo”, explica a médica.

Uma doação, até quatro vidas salvas

Ao doar sangue, o voluntário contribui para salvar até quatro vidas. Isso é possível porque o sangue coletado é fracionado nos seguintes componentes:

  • hemácias, usadas no tratamento de anemias e hemorragias;
  • plasma, fundamental em casos de queimaduras e distúrbios de coagulação;
  • plaquetas, essenciais para pacientes com câncer e doenças hematológicas;
  • crioprecipitado, indicado para distúrbios como a hemofilia.

Esses componentes são usados em diversas situações, como acidentes, cirurgias de grande porte, anemias crônicas, doenças como leucemia, queimaduras graves, entre outras.

O perfil do doador e o que é preciso mudar

Atualmente, o perfil mais comum de doadores no Brasil é de homens entre 25 e 39 anos, que costumam doar motivados por campanhas ou situações pontuais. Mas esse perfil ainda é limitado diante das necessidades dos bancos de sangue.

Para garantir estoques regulares e diversificados, a Dra. Marcela destaca a importância de amplificar esse perfil. “É fundamental ampliarmos o perfil dos doadores de sangue. Precisamos incentivar os doadores regulares, que são aquelas pessoas que se comprometem a doar com frequência e ajudam a manter os estoques estáveis ao longo do ano. Também é muito importante envolver o público jovem, especialmente entre 16 e 24 anos, porque, quando essa cultura começa cedo, formamos uma geração de doadores conscientes e engajados.”

A médica também relata que é preciso valorizar e ampliar a diversidade racial e de tipos sanguíneos entre os doadores, sendo essencial principalmente em casos mais complexos, como pacientes com anemia falciforme — que ocorre com mais frequência em pessoas negras. Portanto, estender esses perfis é essencial para evitar crises nos estoques e garantir a compatibilidade necessária nos atendimentos.

Quem pode doar?

No Brasil, os requisitos básicos para doar sangue incluem:

  • ter idade entre 16 e 69 anos (com autorização dos responsáveis no caso de menores de 18; quem tem mais de 60 só pode doar se já tiver doado antes dos 60);
  • pesar, no mínimo, 50 kg;
  • estar em boas condições de saúde;
  • estar alimentado (evitando alimentos gordurosos 4 horas antes);
  • apresentar documento oficial com foto.

Existem também impedimentos temporários e definitivos, avaliados individualmente durante a triagem clínica confidencial, que visa proteger a saúde do doador e do receptor.

Como é o processo de doação?

O procedimento é simples, seguro e bem organizado:

  1. Cadastro com apresentação de documento.
  2. Triagem clínica com avaliação de saúde.
  3. Coleta, que dura de 8 a 12 minutos.
  4. Recuperação e lanche, com orientação sobre cuidados pós-doação.

Cuidados antes e depois da doação incluem ter uma boa alimentação, hidratar-se, descansar e evitar atividades intensas nas horas seguintes. Homens podem doar até 4 vezes por ano, com intervalo de 2 meses. Mulheres, até 3 vezes, com intervalo de 3 meses.

Uma atitude que transforma

Doar sangue é rápido, não dói e pode fazer toda a diferença para quem precisa. Mais do que um ato de empatia, é uma demonstração de responsabilidade social e solidariedade.

Neste Dia Mundial do Doador de Sangue, convidamos todos para refletir sobre esse gesto. Seja você também parte dessa corrente do bem. Procure o hemocentro mais próximo e doe vida.

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